Esta noite, Senhor, peço-te que, para sempre,
me livre da minha preocupação de parecer.
Perdoa-me por estar demasiado preocupado
com a impressão que dou,
com o efeito que produzo,
com o que se pensa de mim.
Perdoa-me por querer parecer aos outros,
esquecendo-me de mim mesmo,
por invejar as suas qualidades,
esquecendo-me de desenvolver as minhas.
Perdoa-me o tempo que passei
a representar a minha personagem
e o tempo perdido a construir a minha pessoa.
Mas concede-me que morra para o estranho que eu era
a fim de que eu possa nascer para mim mesmo
porque nunca conhecerei a minha casa, se me recusar sair dela,
nunca me encontrarei, se me recusar perder-me.
Então, Senhor, por eles, poderás vir até mim
como em casa do teu amigo.
E farás de mim esta «pessoa» com que, no teu amor, sonhas,
porque serei teu filho, ó Pai,
e um irmão para meus irmãos.
MICHEL QUOIST (1921-1997)
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