sábado, 13 de janeiro de 2024

13 Janeiro - Amor amante e amor amável



Meu Deus, Tu és amor; por isso, és não só o amor amante, mas também o amor amável e o próprio elo do amor amante com o amor amável. Em Ti, meu Deus, vejo o amor amante e o amor amável e, porque vejo em Ti o amor amante e o amor amável, vejo o elo entre os dois. E este elo é tão-só o que eu vejo na sua unidade absoluta: nele vejo a unidade que une e a unidade que está unida e a união dos dois. Seja o que for que eu veja em Ti, Tu és o meu Deus. Por isso, Tu és este amor infinito que, se não é inteiramente ao mesmo tempo amante, amável e o elo dos dois, não pode parecer-me que seja o amor natural e perfeito. Porque, como poderia eu conceber o amor mais perfeito e mais natural sem o amor amante, o amor amável e a união dos dois? Eu tenho a experiência de que o amor é amante e amável e o elo entre os dois, quando vejo que, no amor reduzido, o ser procede da essência
do amor perfeito. E o que procede da essência do amor perfeito, embora reduzido, não pode ser desprovido do amor absoluto; daí que o amor reduzido tenha tudo o que possui de perfeição.
Quanto mais simples é o amor, tanto mais perfeito é. Tu és, meu Deus, o amor mais perfeito e o mais simples. Por isso, é a própria essência mais perfeita, a mais natural do amor. Assim, em Ti, que és o amor, o amante não é uma coisa e o amável outra e outra ainda o elo entre os dois; mas é o mesmo amor, quer dizer, o meu Deus.


NICOlAU DE CUSA (1401-1464)

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