Meu Deus, Tu és amor; por isso, és não só o amor amante,
mas também o amor amável e o próprio elo do amor amante com o amor amável. Em
Ti, meu Deus, vejo o amor amante e o amor amável e, porque vejo em Ti o amor
amante e o amor amável, vejo o elo entre os dois. E este elo é tão-só o que eu
vejo na sua unidade absoluta: nele vejo a unidade que une e a unidade que está
unida e a união dos dois. Seja o que for que eu veja em Ti, Tu és o meu Deus.
Por isso, Tu és este amor infinito que, se não é inteiramente ao mesmo tempo
amante, amável e o elo dos dois, não pode parecer-me que seja o amor natural e
perfeito. Porque, como poderia eu conceber o amor mais perfeito e mais natural
sem o amor amante, o amor amável e a união dos dois? Eu tenho a experiência de
que o amor é amante e amável e o elo entre os dois, quando vejo que, no amor reduzido,
o ser procede da essência
do amor perfeito. E o que procede da essência do amor perfeito, embora reduzido, não pode ser desprovido do amor absoluto; daí que o amor reduzido tenha tudo o que possui de perfeição.
do amor perfeito. E o que procede da essência do amor perfeito, embora reduzido, não pode ser desprovido do amor absoluto; daí que o amor reduzido tenha tudo o que possui de perfeição.
Quanto mais simples é o amor, tanto mais perfeito é. Tu
és, meu Deus, o amor mais perfeito e o mais simples. Por isso, é a própria
essência mais perfeita, a mais natural do amor. Assim, em Ti, que és o amor, o
amante não é uma coisa e o amável outra e outra ainda o elo entre os dois; mas
é o mesmo amor, quer dizer, o meu Deus.
NICOlAU DE CUSA (1401-1464)
Sem comentários:
Enviar um comentário