O trabalho do dia chegou ao fim
E volta a hora do repouso.
E volta a hora do repouso.
Por sua vez, o sono delicioso
Distende os membros fatigados.
Distende os membros fatigados.
O espírito tumultuoso de tempestades,
O espírito ferido pelos cuidados,
O espírito ferido pelos cuidados,
Bebe até ao mais fundo do ser
A doce taça do esquecimento.
Então no corpo desliza
A força do Letes, que expulsa
Todo o sentimento da dor
Todo o sentimento da dor
Do coração dos homens infelizes.
Os nossos membros frágeis receberam
Esta lei da ordem de Deus,
Esta lei da ordem de Deus,
Para que um salutar deleite
Desse remédio à sua fadiga.
Mas, enquanto um repouso amigo
Erra através de todas as veias
Erra através de todas as veias
E apazigua o coração que descansa,
Banhando-o num sono ameno,
Banhando-o num sono ameno,
O espírito livremente vagabundo,
Rápido e vivo, entre os ares,
Rápido e vivo, entre os ares,
E diversas aparições
Mostram-lhe coisas escondidas.
Mostram-lhe coisas escondidas.
Porque, liberta de cuidados, a alma,
Que tem o céu por origem
Que tem o céu por origem
Cuja fonte pura é o éter,
Não pode ficar parada, inerte.
Ela forja, imitando a verdade,
Imagens de todas as espécies,
Ela move-se rapidamente
Imagens de todas as espécies,
Ela move-se rapidamente
O que a faz agir um pouco. [...]
Toma cuidado ao apelo do sono.
Quando entrares no teu casto leito
Faz o sinal da Cruz
Quando entrares no teu casto leito
Faz o sinal da Cruz
Na tua testa como no teu coração.
A cruz repele todas as faltas
E põe as trevas em fuga;
E põe as trevas em fuga;
O espírito que consagra esse sinal
Não conseguirá ser agitado.
Não conseguirá ser agitado.
Embora o nosso corpo, fatigado,
Jaz docemente inclinado,
Jaz docemente inclinado,
No próprio sono,
Pensaremos, ó Cristo, em Ti.
PRUDÊNCIO (348-C. 405/410)
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