Procura-me, porque eu te procuro. Procura-me,
encontra-me, toma-me, leva-me, Tu és capaz de encontrar aquele que procuras.
Digna-te recolher nos teus braços aquele que encontrares. Põe aos teus ombros
aquele que tiveres recolhido. Para Ti, este leve fardo não será fatigante; o
que levar a tua justiça não será um peso para Ti. Por isso, vem, Senhor,
porque, embora eu me tenha transviado, «não me esqueci dos teus preceitos».
Conservo a esperança de ser curado. Vem, Senhor, porque só Tu és capaz de
voltar a encontrar a tua ovelha perdida. As que deixares não ficarão tristes
porque se alegram com o regresso do pecador. Por isso, vem, opera a salvação na
terra, a alegria no céu. Por isso, vem, procura a tua ovelha, não pelo
intermédio dos teus pequenos servos ou dos teus mercenários, mas vem Tu
próprio, recebe-me nesta carne que, em Adão, caiu; recebe-me, não de Sara, mas
de Maria, de modo que ela seja a Virgem incorruptível, indemne, pela tua graça,
de toda a mancha do pecado. Carrega-me na tua Cruz que é a salvação das ovelhas
errantes, onde encontram o repouso os cansados, onde vivem os que estão mortos.
Porque aquele que o teu poder leva aos ombros não pode morrer.
AMBRÓSIO DE MILÃO (340-397)
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