Ó Espírito, ó Amor! O Verdade do meu Deus! O Amor luz!
Ó Amor que, sem falar, ensinas a alma, que fazes com que
ela entenda tudo sem nada dizeres, que não pedes nada à alma e a conduzes
através do silêncio a todo o sacrifício!
Ó Amor que enfastias de qualquer outro amor, que fazes
odiá-lo, esquecê-lo, abandoná-lo! Ó Amor que corres através do coração, como a
fonte de vida, quem poderá conhecer-te senão aquele em quem estiveres?
Calai-vos, homens cegos; em vós não há nenhum amor. Não sabeis o que dizeis:
não vedes nada, nada ouvis. O verdadeiro Mestre nunca vos ensinou.
É Ele quem sacia a alma de Verdade sem nenhuma ciência
distinta.
É Ele quem faz nascer no fundo da alma as verdades que a palavra sensível de Jesus Cristo só expunha aos olhos do espírito.
É Ele quem faz nascer no fundo da alma as verdades que a palavra sensível de Jesus Cristo só expunha aos olhos do espírito.
Saboreamos, alimentamo-nos e tornamo-nos uma só coisa com
a Verdade. E já não é ela que vemos como um objecto fora de si; é ela que se
torna nós mesmos e que nos sentimos intimamente como a alma se sente a si
mesma. Ó que poderosa consolação sem procurar consolar-se!
Temos tudo sem nada ter. Então, encontramos em unidade, o
Pai, o Filho e o Espírito Santo: o Pai Criador, que cria em nós tudo o que quer
fazer para nos tornar filhos semelhantes a Ele; o Filho, Verbo de Deus, que se
tornou o Verbo e a palavra íntima da alma, que se cala a tudo para só deixar
Deus falar; finalmente, o Espírito, que sopra onde
quer, que ama o Pai e o Filho em nós.
quer, que ama o Pai e o Filho em nós.
Ó meu Amor, que és o meu Amor, ama-te, glorifica-te a Ti
mesmo em mim! A minha paz, a minha alegria e a minha vida estão em Ti, que és o
meu Tudo e eu já não sou nada.
FRANÇOIS FÉNELON
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