domingo, 18 de fevereiro de 2024

18 Fevereiro - Ó meu Deus, Trindade que adoro



Ó meu Deus, Trindade que adoro, ajuda-me a esquecer-me inteiramente de mim para me estabelecer em Ti, imóvel e sereno, como se já minh'alma estivesse na eternidade! Que nada possa perturbar a minha paz nem me obrigue a sair de Ti, ó meu Inamovível, mas que cada minuto me mergulhe cada vez mais nas profundezas do teu Mistério!
Pacifica a minh' alma, faz dela o teu céu, a tua morada querida e o lugar do teu repouso; que nela eu nunca te deixe sozinho, mas esteja lá toda inteira, bem desperta na minha fé, toda adorante e totalmente entregue à tua Acção criadora.
Ó meu Cristo amado, crucificado por amor, eu queria ser uma esposa para o teu Coração; queria cobrir-te de glória, queria amar-te... até morrer de amor! Mas sinto a minha impotência e peço-te que me revistas de Ti, que identifiques a minha alma com todos os movimentos da tua alma, me submirjas, me invadas, te substituas em mim, para que a minha vida seja apenas uma irradiação da tua. Vem a mim como Adorador, como Reparador e como Salvador. Ó Verbo eterno, Palavra do meu Deus, quero passar a minha vida a escutar-te, quero tornar-me capaz de ser plenamente aluna para tudo aprender de Ti. Depois, através de todas as noites, de todas as vidas, de todas as impotências, quero fixar-te sempre e permanecer sob a tua grande luz. Ó meu Astro amado, fascina-me para que nunca mais possa sair da tua irradiação.
Ó fogo consumidor, Espírito de amor, surge em mim para que se faça na minh'alma a encarnação do Verbo; que eu seja para Ele mais outra humanidade, na qual Ele renove todo o seu mistério. E Tu, ó Pai, inclina-te sobre a tua pobre criaturinha, cobre-a com a tua sombra, não vejas nela mais que o Bem-Amado em quem puseste todas as tuas
complacências.
Ó meus Três, meu Tudo, minha Bem-Aventurança, Solidão infinita, Imensidão em que me perco, entrego-me a Ti como uma presa. Sepulta-te em mim para que me sepulte em Ti, enquanto espero ir contemplar na tua luz o abismo das tuas grandezas.

ISABEL DA TRINDADE (1880-1906)

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