Participei na tua morte: irás Tu perder o seu fruto?
Queres condenar-me à noite eterna,
Queres condenar-me à noite eterna,
A mim, por quem a tua bondade fez tamanho esforço?
Não descansaste enquanto me procuraste;
Não descansaste enquanto me procuraste;
Só sofreste a Cruz para me tornar digno
De uma felicidade que possa ligar-me a Ti.
Poderias facilmente perder-me e vingar-te.
Não o faças, Senhor; mas vem aliviar
Não o faças, Senhor; mas vem aliviar
O fardo sob que sinto minh'alma sucumbir.
Já neste mundo incerto, garante-me a salvação;
Mesmo contra mim, impede que meu coração caia
E te obrigue, por fim, a retirares a mão.
Mesmo contra mim, impede que meu coração caia
E te obrigue, por fim, a retirares a mão.
Antes do dia das contas, apaga toda a minha.
Quando a ilustre pecadora apresentou a sua,
Foi perdoada pelo seu amor extremo;
Quando a ilustre pecadora apresentou a sua,
Foi perdoada pelo seu amor extremo;
O ladrão pediu-te e Tu o escutaste.
A oração e o amor têm um encanto supremo.
Envergonha-me, é verdade, esta esperança lisonjeira.
A vergonha de me ver, infiel e mentiroso,
A vergonha de me ver, infiel e mentiroso,
E também o meu pecado, lêem-se no meu rosto:
Contudo, insisto e nunca deixarei
Que tua bondade, usando todos os meios,
Não brilhe a meu favor e não me escute.
Não brilhe a meu favor e não me escute.
Faz com que me coloquem à direita no número das ovelhas;
Separa-me dos bodes reprovados e malditos.
Separa-me dos bodes reprovados e malditos.
Vês minha prece humilde e meu coração contrito;
Faz-me perseverar neste justo remorso;
Faz-me perseverar neste justo remorso;
A Ti deixo que cuides da minha hora derradeira,
Não me abandones quando for prà casa dos mortos.
Não me abandones quando for prà casa dos mortos.
LA FONTAINE (1621-1695)
Sem comentários:
Enviar um comentário